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População pobre de São Paulo sofre com falta de médicos nas periferias

Foto do escritor: Assessoria Tatto Assessoria Tatto

Estudo comprova que apesar da oferta de médicos no estado, poucos atuam em localidades mais distantes. Só na zona leste da cidade, 45% desses profissionais abandonaram o emprego


Publicado por Redação RBA 25/11/2019 11:37



Parlamentares também apontam que por preconceito, médicos não atuam na periferia. E governo Bolsonaro permite isso ao não abrir editais do Mais Médicos. FOTO: ROVENA ROSA/EBC

São Paulo – A cidade de São Paulo conta com 47,3% dos médicos do estado, o que significa 4,98 profissionais por mil habitantes. Apesar disso, sobram médicos no centro e faltam na periferia. De acordo com pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em matéria publicada pela Folha de São Paulo, 45% dos médicos que atuam na atenção primária à saúde da zona leste paulistana abandonam o emprego no primeiro ano, deixando a população desassistida.


O repórter André Gianocari, do Seu Jornal, da TVT, foi à região, na Unidade de Básica de Saúde (UBS) Sítio da Casa Pintada, nesta sexta-feira (22), e encontrou apenas um profissional. Daniela Freitas, mãe de um bebê de apenas um mês, contou à reportagem não ter conseguido atendimento para o filho. “Eles não atendem direito, atendem rápido, sem dar muita satisfação. A gente faz as perguntas e eles respondem rápido, correndo, e aí a gente tem que ir embora rapidinho. Falaram que não tinha pediatra, eu perguntei que dia que teria, falaram que não sabem”, relata.


De acordo com a tese de doutorado da médica canadense Monique Bouget, que analisou as características de médicos da zona leste, entre os fatores associados ao desligamento desses profissionais estão as longas distâncias, trânsito, pobreza, violência, condições inadequadas de trabalho, oferta de emprego na rede privada e a falta de tempo de conciliar estudo com trabalho. A maioria deles são jovens e sem especialização. A vereadora Juliana Cardoso (PT-SP) também aponta o preconceito desses profissionais da saúde com as periferias. ‘Ainda é uma profissão elitizada. Quando você tem o trabalho de colocar mais cotas para que o jovem da periferia possa ingressar na Medicina, ele retorna para essa periferia para fazer um atendimento ali na sua comunidade”, avalia.


O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) ressalta que a queda da qualidade da saúde pública nas periferias também está relacionada à quebra do convênio entre governo federal e o programa Mais Médicos. “Infelizmente esses dados também são um retrato do fim de Mais Médicos. O governo de (Jair) Bolsonaro destruiu o programa, mais de oito mil médicos cubanos saíram do país e o governo não faz os novos editais, então há mais de 3 mil vagas não ocupadas. E, no caso da cidade de São Paulo, o governo Bolsonaro inclusive impediu a renovação de contratação”, contesta o ex-ministro da Saúde.


 
 

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